Refletir sobre nossas ações e pensamentos.
Ano após ano, o povo representa a via crucis recordando o sofrimento de Jesus que segundo muitos foi para nos salvar.
Não vou discutir isso, mas quero fazer uma releitura do fato.
Jesus, ao seu tempo, veio nos ensinar que a Bondade, a Justiça, a Misericórdia e o Perdão deveriam ser as ações norteadoras de nossas vidas.
Foi perseguido, injuriado e morto. Lembremos que havia a possibilidade de salvá-lo, mas o povo preferiu a libertação de Barrabás, ladrão e assassino.
Se levarmos em conta que a voz do Cristo soava e soa ainda hoje como a voz da consciência do homem, instigando-o ao bom caminho, a libertar-se de suas atitudes viciosas, é claro que essa voz seria desconfortável para a maioria. Não nos enganemos! É muito difícil ouvir a voz da razão sem perturbar a emoção. Prova do que falo é a grande dificuldade em deixarmos nossos vícios morais e psicológicos.
Bem disse Jesus “Não vim trazer a paz, mas a espada”. Realmente sua voz causava conflitos, não somente políticos, mas interiores, naqueles que o ouviam, seguidores ou não. Sua palavra era imperiosa, não permitia dúvidas ou medos. Era um convite. Jesus convidava a todos a caminhar com ele. Mas era um convite simbólico, não era para segui-lo nas caminhadas, mas segui-lo moralmente. Eis a tarefa mais difícil e eis porque precisou morrer.
Barrabás não exigia nada. Roubava e matava, mas não exigia nada. Era odiado por uns, causava medo em outros, mas ninguém queria ser igual a ele. Com Jesus tudo era diferente.
Ele era bom, amava a todos sem distinção. Um exemplo a ser seguido. As pessoas o amavam, mas também o odiavam. Não era o mesmo ódio dirigido a Barrabás, era um ódio nascido da inveja, do desespero de não conseguir ser igual a ele.
Seguir seus passos era assumir uma responsabilidade, obter um conhecimento de si mesmo que nem todos estavam em condições de fazer e o próprio Jesus afirmou.
Mataram Jesus e o transformaram em herói. É melhor ter um herói que um pastor. Somos ovelhas temerosas, que preferimos a idéia de um salvador, que o árduo trabalho de conscientização do Bom Pastor.
Mas o Bom Pastor não morreu. Vive ainda hoje em nossa consciência. A repetição de sua morte física foi uma forma que o homem encontrou de aplacar o seu sentimento de culpa.
Mas Ele permanece vivo em nós através dos seus ensinamentos e da mesma forma que antes, não conseguimos ouvir sua voz sem conflitos internos. Mudamos nossas atitudes, mas não o seguimos ainda no sentido exato da palavra. Ele continua sendo sacrificado e crucificado a cada indivíduo que morre de fome, a cada criança que sofre violência, a cada mulher desrespeitada, a cada sintoma de racismo e intolerância religiosa.
Nesse sentido posso dizer que Ele não morreu para nos salvar, a salvação será mantê-lo vivo em nossas ações, pensamentos e condutas.
Feliz Páscoa a todos!
3 comentários:
Oi minha querida Isabel em primeiro lugar estou com saudades de você, espero que estejas bem e feliz.
Em segundo lugar, concordo com você, realmente neste momento mais que pensar em chocolates deveriámos refletir sobre o verdadeiro significado da Páscoa e ressurreição de Cristo. O Bom Pastor foi o homem mais controverso de todos os tempos, inspirou muito amor e também muito ódio. Permanecerá sempre vivo nos corações e na vida daqueles que creem em sua existência e em sua misericódia.
Um grande beijo minha amiga, desejo a você e familia uma Páscoa abençoada .
Beijos no coração
Márcia Canêdo
Olá Márcia, que alegria receber o seu comentário.
Eu andei sumida por força do trabalho e de alguns contratempos, mas estou bem, graças a Deus. Fico sempre muito feliz em receber você e suas palavras sempre tão carinhosas.
Uma feliz Páscoa pra você também e para todos os seus familiares.
Beijos
Bel
Oi foi a 1ª vez que vi o teu espaço online e gostei tanto!Espectacular Projecto!
Até à próxima
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