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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Respondendo a pergunta de uma leitora

No dia, 23 de agosto uma leitora do blog fez uma pergunta que está relacionada a um texto sobre ódio que escrevi aqui:  http://espacovidaemconstrucao.blogspot.com.es/2010/02/o-odio.html.
Vou responder em forma de post porque ficou um pouco longo para inserir em um comentário.

A pergunta é a seguinte:
Valéria disse...
Olá Bel,

Duas pessoas que se relacionaram por pouco tempo, uma delas após o acontecido não quer mais nenhum tipo de relacionamento age de uma forma repugnante em relação ao outro. Isso é ódio? se sim que tipo de ódio?
Vamos à resposta:

Para que possamos identificar melhor o sentimento,  vou traçar um paralelo entre o ódio e a mágoa, sentimentos que podem surgir no fim de um relacionamento.

No ódio temos uma atitude que vem acompanhada de uma dose de agressividade física, verbal ou emocional enquanto que na mágoa, na maioria das vezes, temos a lamentação, a tristeza, o choro e a imputação da culpa de forma dramática. Já no ódio, temos exacerbado o sentido de vingança, a raiva contida ou não.
O mais interessante é que o indivíduo que odeia está sempre perto do outro, por isso dizemos que o ódio aprisiona.
Na mágoa é comum o magoado desejar o bem daquele que o fez sofrer. Na maior parte das vezes esse desprendimento tem um significado muito particular: manter-se no estado de vítima - quanto melhor ele/ela estiver mais visivel será meu sofrimento e minha grandeza de espírito.
No ódio, ao contrário, a pessoa fará tudo que estiver ao seu alcance para que o outro sofra.
Quando o ódio surge depois de um relacionamento desfeito, podemos entender que houve uma  decepção,  frustração, ou seja, o outro não foi o que se esperava dele. Como podemos ver, o indivíduo apostou todas as suas fichas no relacionamento, criou expectativas absurdas e irreais, depositou no outro seus sonhos e o enxergou com as lentes da idealização.
Nesse caso, o ódio é um sentimento neurótico, causado pelas próprias insatisfações e dificuldades.

Vale lembrar: A mágoa exagerada pode caminhar para o ódio, já que o indivíduo despertando do drama descobre que parou no tempo e tende a tomar o caminho mais fácil: o da revolta. O importante é perceber que, mesmo que alguém nos faça algo imperdoável, se estamos bem conosco saberemos administrar de forma mais madura o evento, sem nos fixarmos obsessivamente na pessoa ou em sua açao.

Espero ter respondido satisfatoriamente a pergunta. Acredito que por essas colocações poderá definir se o sentimento é de ódio e de que tipo é.



Quem quiser ver suas perguntas respondidas no blog é só enviar um email para:
espacovidaemconstrucao@gmail.com, colocando nome e um pseudonimo caso não queira ter seu nome publicado.

Um grande abraço

2 comentários:

Luciana Santa Rita disse...

Oi Isabel,

Tudo bem? Muito interessante a definição do ódio e mágoa, embora perceba uma linha tênue que os separem. Penso que mais que sentimento, deve existir decisão para a mágoa não se transformar em ódio.

Beijos.

Isabel Ruiz, disse...

Oi, Luciana, tudo bem?
É verdade, existe uma linha muito tenue entre mágoa e ódio e é necessário decisão para que não nos tornemos tendenciosos. Mas o emocional é muito complexo e por vezes, enredado pelas dificuldades existenciais, leva o indivíduo ao desequilíbrio.
Obrigada, por me visitar. Seja sempre muito bem-vinda. Beijos.