Pois é, sabemos que a
mentira está em todo lugar, de boca em boca, desperdiçando talentos,
obnubilando inteligências e, o pior de tudo, destroçando a tranquilidade de
quem se vê como alvo fácil.
A definição de mentira,
segundo o dicionário: ludíbrio, falsidade, ilusão, engano propositado,
afirmação contrária à verdade – ou seja, nada de que possa se orgulhar aquele
que a profere. Mas há quem diga que a mentira nem sempre é crueldade, que
existe a “mentira caridosa”, que ajuda um doente, por exemplo, a seguir em
frente. Ajuda mesmo?
Esta é uma pergunta
pertinente, porque uma pessoa com doença terminal, que percebe seu corpo definhando a cada dia,
as dores aumentando apesar de toda a medicação, não poderia crer na fala de um
médico e/ou familiares quando dizem que não é nada grave, que ficará curado. Pode até, por
conveniência, aceitar, mas acreditar... Além
do que, essa mentira caridosa o impede de vivenciar fases importantes desse
momento (negação, raiva, negociação, depressão e aceitação), impedindo-o de
desabafar seus medos, resolver pendências, aproveitar o tempo que lhe resta com
os familiares, ou seja, ter um fim mais humano, mais consciente. De outra
forma, o indivíduo se sente enganado, angustiado pelo sentimento de piedade que
enxerga nos olhos de amigos e familiares e a dificuldades destes em manter a “caridade”.
Além dessa, existe
ainda outras classificações para o ludíbrio. A “Mentira de polidez” é como
botar panos quentes, aparar arestas para manter uma imagem. “Mentira política
ou patriótica” que serve entre outras coisas para apaziguar a opinião pública.
Sempre que aparece um vilão é necessário criar um herói para acalmar a Massa.
Alguns admitem a chamada “Mentira de honra”, utilizada para proteger o segredo
profissional que, entendida como ética profissional, não há engano, mas
preservação de imagem e confiança.
De toda forma, é fácil
perceber que a mentira foi institucionalizada, transformada em algo normal e
corriqueiro. Não é mais necessário um dia para brincar, fantasiar, iludir –
como o dia da mentira, criado quando mentir não era bem visto e até punido
socialmente. O homem de hoje está mais
afeito à ilusão que à verdade, todo dia é dia de iludir e/ou trapacear.
A maledicência se
tornou conveniente. De certa forma o mentiroso não age sozinho, para que seu
caráter destrutivo tenha valor é necessário que encontre a cumplicidade dos que
ouvem e propagam de diferentes formas e até mesmo daqueles que sabendo do
engodo, se omitem. Ao aceitarmos um “Você sabia?”, ou “Sabe fulano?...” já
estamos nos tornando cúmplices de uma difamação.
Penso que não seja
necessário falar das consequências, pois que a maioria de nós, senão todos, já
fomos expostos à situação constrangedora de ter que desmentir um dito a nosso respeito. Isso,
quando temos a oportunidade de nos defender ou alguém que o faça por nós caso
estejamos distantes ou impossibilitados.
Temos conhecimento das
consequências, mas nem sempre analisamos
(friamente) as causas. Arrastados, pelas emoções, queremos fuzilar o mentiroso
e não nos damos conta do quão infelizes eles são. Levados pela inveja, pelo ciúme,
ambição ou qualquer outro sentimento inferior, estão na verdade revelando uma
alma pobre, um complexo de inferioridade
tão exacerbado que necessitam ferir a outrem para aliviar a própria dor.
O indivíduo que mente,
tenta enganar a si mesmo, negar a existência de algo que lhe perturba. Como sua
autoestima é baixa e seus conflitos internos são insuportáveis, procura
transferir para outra pessoa o seu desequilíbrio. Ora, se ele não pode ter paz,
vai desorganizar a vida de alguém. Isso vai lhe dar uma sensação de realização,
agora é o outro e não mais ele quem sofre. Porém essa sensação é passageira,
sempre é porque o problema não está na mentira, propriamente dita, mas no mentiroso. Quanto
mais lama jogar no varal alheio, mais sujas suas mãos e roupas irão ficar,
porque ele pode até errar o alvo, mas a fonte de lama está nele.
Quanto a vitima,
algumas vezes não há como esconder a raiva, a sensação de impotência diante de
uma calúnia, por exemplo, mas a verdade sempre aparece e, embora os estragos
deixem marcas, a vida continua e os amigos permanecem. Enquanto isso o
mentiroso estará sempre preocupado em obter novas vítimas e em sustentar suas
mentiras até que alguém resolva que é hora de contê-lo legalmente.
Obrigada por prestigiar o meu blog. Volte sempre!
4 comentários:
Oi Isabel,
Tudo bem? O texto é real e intenso! Hoje a mentira passa a ser meio de controle social, desde as pequenas que são indispensáveis as grandes que aniquilam a alma.
Parabéns! Lu
oi BEL TUDO BEM SOU A sUELI LUZ,POIS É TIVE O PRAZER DE CONVIVER COM UM MENTIROSO...MEU PROPRIO MARIDO O ALMIRO ..NOSSA NEM TENHO O QUE O FALAR A MENTIRA PURA COMO PODE ?....BJOS
Oi, Lu, fiquei muito contente com sua visita. Obrigada, pelo comentário. Volte sempre! Beijos
Oi, Sueli, saudades de você, menina.
Obrigada por deixar aqui sua contribuição. Volte sempre! Beijos
Postar um comentário