À primeira vista pode-se pensar que vamos falar de algum lado negativo do amor, do sofrimento que pode causar no coração dos incautos.
Seria fácil relacionar frustrações e desenganos, entretanto o nosso interesse é o amor romântico. Ele ainda existe? Seria ele a causa de haver tantos corações partidos?
É certo que os flechados por Cupido têm em seu intimo a esperança de um amor perfeito e nem sempre contabilizam mágoas e ressentimentos, mas há quem espera ser amado de tal jeito que torna inviável uma reciprocidade.
Dessa forma, amar e não ser amado, não saber amar e/ou não conseguir relações estáveis são algumas das queixas comuns nos consultórios e fora deles.
Freud, em sua clinica, se defrontou com idealizações impossíveis de serem atingidas, com exigências amorosas que não poderiam ser satisfeitas e que geravam dor e sofrimento.
Mas esse não é um problema apenas da época de Freud. Em verdade, é uma ocorrência de todas as épocas.
Sempre houve no imaginário coletivo a idéia de alma gêmea, da metade da laranja. A mulher sonhava com seu príncipe encantado e o homem com sua jovem donzela que seria por ele iniciada nas questões de amor e sexo.
Seria fácil relacionar frustrações e desenganos, entretanto o nosso interesse é o amor romântico. Ele ainda existe? Seria ele a causa de haver tantos corações partidos?
É certo que os flechados por Cupido têm em seu intimo a esperança de um amor perfeito e nem sempre contabilizam mágoas e ressentimentos, mas há quem espera ser amado de tal jeito que torna inviável uma reciprocidade.
Dessa forma, amar e não ser amado, não saber amar e/ou não conseguir relações estáveis são algumas das queixas comuns nos consultórios e fora deles.
Freud, em sua clinica, se defrontou com idealizações impossíveis de serem atingidas, com exigências amorosas que não poderiam ser satisfeitas e que geravam dor e sofrimento.
Mas esse não é um problema apenas da época de Freud. Em verdade, é uma ocorrência de todas as épocas.
Sempre houve no imaginário coletivo a idéia de alma gêmea, da metade da laranja. A mulher sonhava com seu príncipe encantado e o homem com sua jovem donzela que seria por ele iniciada nas questões de amor e sexo.
Dificilmente se pensa nos defeitos do ser amado. Não se questiona suas tendências.
Homens e mulheres idealizavam e idealizam, ainda hoje, parceiros perfeitos, com qualidades que possam lhes fazer felizes.
O sociólogo polonês Zygmunt Baumann em seu livro “Amor Líquido”salienta que a fragilidade dos laços humanos é resultante do desejo e da consequente frustração em viver um relacionamento inteiramente satisfatório em um mundo onde as relações são fugazes; num mundo de descartáveis.
São palavras do próprio Baumann “Nunca houve tanta liberdade na escolha de parceiros, nem tanta variedade de modelos de relacionamentos, e, no entanto, nunca os casais se sentiram tão ansiosos e prontos para rever ou reverter o rumo da relação!”
E continua: “Não há como assegurar conforto, nem garantias de invulnerabilidade diante das apostas perdidas. Nunca houve. Quem vende propostas de baixo risco são comerciantes de mercadorias falsificadas”.
Homens e mulheres idealizavam e idealizam, ainda hoje, parceiros perfeitos, com qualidades que possam lhes fazer felizes.
O sociólogo polonês Zygmunt Baumann em seu livro “Amor Líquido”salienta que a fragilidade dos laços humanos é resultante do desejo e da consequente frustração em viver um relacionamento inteiramente satisfatório em um mundo onde as relações são fugazes; num mundo de descartáveis.
São palavras do próprio Baumann “Nunca houve tanta liberdade na escolha de parceiros, nem tanta variedade de modelos de relacionamentos, e, no entanto, nunca os casais se sentiram tão ansiosos e prontos para rever ou reverter o rumo da relação!”
E continua: “Não há como assegurar conforto, nem garantias de invulnerabilidade diante das apostas perdidas. Nunca houve. Quem vende propostas de baixo risco são comerciantes de mercadorias falsificadas”.
Entende-se, portanto, que as propostas de amor eterno, sem sofrimentos, decepções ou mágoas é algo que não se pode cumprir, já que não possuímos o controle dos sentimentos. Além do mais, enfrentamos ainda a dificuldade de conhecer profundamente o outro, quando não conhecemos a nós próprios.
Então, como podem os corações apaixonados, que vivem a doce esperança do “felizes para sempre”compreenderem os mistérios que rondam uma relação? A incerteza do futuro, a verdadeira personalidade do parceiro...
Aliás, são esses mistérios que sustentam o amor romântico, porque se o indivíduo apaixonado se detiver em um exame mais profundo da relação e do outro, talvez não permaneça amando.
Quem já não ouviu dizer das exibições do pavão? Uma ave de vôo desajeitado, que emite sons desagradáveis, é arredia, não aceita outros animais por perto, mas que encanta até mesmo a nós (imaginem a fêmea) com a sua cauda majestosa, aberta em leque. A fêmea finge que não vê, mas se rende aos seus encantos, preparando o seu ninho.
Alguma semelhança com o príncipe e a princesa? Enquanto ele demonstra seus dotes físicos, sua coragem, sua atenção sem medidas, ela procura exibir um corpo firme, um sorriso encantador, um olhar cheio de promessas... Nós, tal qual o pavão, também abrimos um leque colorido de possibilidades de felicidade para o outro.
Já perceberam como tudo parece acontecer em uma dimensão diferente daquela em que vivemos? O jogo é sempre muito claro, porém para nós, simples mortais, que não vemos com o olhar do amor, as cenas são por vezes preocupantes e no mínimo hilárias. Por que isso acontece? Porque livres do apego enxergamos o outro como ele é, sem as “caudas pavonescas” da sedução.
Dizem que o amor romântico está com os dias contados e que as relações tendem cada vez mais à fragilidade, premidas pela exigência de um mundo competitivo e comercial.
Fico pensando: se é verdade que está acabando, como explicar que ainda o percebemos fortemente no imaginário coletivo, a ponto de presenciarmos, tantas vezes, as pessoas em busca da sua cara metade, daquele ser que lhe completará (busca pela unidade) a existência?
E você, o que acha?
Então, como podem os corações apaixonados, que vivem a doce esperança do “felizes para sempre”compreenderem os mistérios que rondam uma relação? A incerteza do futuro, a verdadeira personalidade do parceiro...
Aliás, são esses mistérios que sustentam o amor romântico, porque se o indivíduo apaixonado se detiver em um exame mais profundo da relação e do outro, talvez não permaneça amando.
Quem já não ouviu dizer das exibições do pavão? Uma ave de vôo desajeitado, que emite sons desagradáveis, é arredia, não aceita outros animais por perto, mas que encanta até mesmo a nós (imaginem a fêmea) com a sua cauda majestosa, aberta em leque. A fêmea finge que não vê, mas se rende aos seus encantos, preparando o seu ninho.
Alguma semelhança com o príncipe e a princesa? Enquanto ele demonstra seus dotes físicos, sua coragem, sua atenção sem medidas, ela procura exibir um corpo firme, um sorriso encantador, um olhar cheio de promessas... Nós, tal qual o pavão, também abrimos um leque colorido de possibilidades de felicidade para o outro.
Já perceberam como tudo parece acontecer em uma dimensão diferente daquela em que vivemos? O jogo é sempre muito claro, porém para nós, simples mortais, que não vemos com o olhar do amor, as cenas são por vezes preocupantes e no mínimo hilárias. Por que isso acontece? Porque livres do apego enxergamos o outro como ele é, sem as “caudas pavonescas” da sedução.
Dizem que o amor romântico está com os dias contados e que as relações tendem cada vez mais à fragilidade, premidas pela exigência de um mundo competitivo e comercial.
Fico pensando: se é verdade que está acabando, como explicar que ainda o percebemos fortemente no imaginário coletivo, a ponto de presenciarmos, tantas vezes, as pessoas em busca da sua cara metade, daquele ser que lhe completará (busca pela unidade) a existência?
E você, o que acha?
10 comentários:
Eu ainda acredito no amor romântico, desde que ele não seja totalmente cego...
Acho que no começo todos nos deixamos levar pelo romantismo, mas depois de uma certa convivência, temos que abrir nossas mentes para enxergarmos o outro como ele é,sem as nossas idealizações!!
Adorei seu texto!!
Bjs Carla
http://mamaecaprichosa.blogspot.com
Obrigada pela visita, Carla. Gostei do seu comentário e amei sua imagem de perfil. Muito charmosa.
Beijos
Bel
Bel, me deu até dor no coraçao quando li seu texto. Ou eu nasci com alguma maldiçao relacionado ao amor...ou é praga de madrinha.
Pq justamente quando a vida me apresentou um amor de verdade, eu perdi.
E isso me fez crer que amor de verdade nao é pra ser vivido.
sei la...
quem sabe eu encontro OUTRO amor de verdade né?
bjs
Olá minha querida Isabel,nossa que tema gostoso e controverso você tratou hoje hein! Engraçado que meu próximo post também tratará o amor, mais de um outro ângulo, verá..rs
Bom voltando a seu post, ainda faço parte de uma "pequena" parcela da sociedade que acredita no amor. Não no amor dos contos de fada, no felizes para sempre. Aliás creio que sempre tive uma maneira diferente de entender o amor.Acredito sim no amor verdadeiro, mas consciente das diferenças de opiniões,de criação, da limitação de cada um. Ninguém é perfeito e nossas "metades" ou as famosas "tampas de nossas panelas" seram também tão tortas como nós mesmos.
Adoreeiiiiii ter citado o Baumam, tenho um post que fiz em cima dessa Teoria do Amor Líquido, te mandarei em recado o link posteriormente. Acho muito acertada o que o Baumam fala sabe minha amiga, realmente a era tecnológica modificou muito as relações humanas e essas mudanças em sua maioria não foram para melhor. Ao mesmo tempo que encurtamos barreiras físicas em alguns casos deixamos de lado coisas tão simples e prazeirosas quanto escrever uma carta.
Miga, excelente post, você está de parabéns .
Beijos e abraços fraternos!
Márcia Canêdo
Isabel,
Muito bom o seu artigo.
O amor nasce e renasce em todos os corações, nas suas mais varidas formas e intensidades.
Algumas vezes nos perdemos do amor, mas sempre acabamos nos reencontrando.
E mesmo o amor platônico, é uma forma de amar.
O amor não morrerá jamais, pois se um dia o amor acabar, não nos restará mais nada a esperar da vida, pois a vida é feita de amor, seja por um animal, por uma flor, por uma criança, um filho, um pai, uma mãe, um homem, uma mulher... O amor é sempre bem-vindo em qualquer cirscuntância.
Bjs.
Rosana.
Regina,
Acho que a metade da laranja não se acha, se molda. Na verdade são duas laranjas: ela doa uma metade da dela pra mim, eu a ela. Essa troca, esse enxero de laranjas é que vai dizer se são compatíveis ou não. É o pós-operatório do transplante dos coraçãoes um no outro é que vai nos contar se haverá ou não rejeições
Os seres humanos ora pecam pelo excesso ora pela carência nos sentimentos, assim como em td na vida!! Ainda acho que o melhor é o caminho do meio!! Mas como tds temos nossos vícios morais ou de personalidade, andamos como que embriagados pela vida!!
Formar um quatro com as pernas?? Andar em linha reta?? POucos conseguem, e os que conseguiram já estão em seus caminhos traçados!!
Bjs Rê!!
Excelente post!
Eu ainda acredito no amor, até uns dias parecia que ele tinha tirado férias da minha vida, mas me surpreendeu tremendamente hoje.
Agora essa questão de que o amor acabará é um fato, hoje o ser humano só pensa em si mesmo, é o egocentrismo entre outros bixos, e isso não é novidade para ninguém, a própria palavra de Deus nos diz que nos ultimos tempos o amor se esfriará.
Parabéns pelo blog, ja me tornei seu seguidor xD
Grande Abraço
Olá Ebrael, estamos quites agora, não é mesmo? kkkkkkkkkkkkkkk
Obrigada, meu amigo por ter visitado meu blog e comentado sobre o texto. Sua opinião é e será sempre bem-vinda.
Beijos
Bel
Obrigada, amigo Ivan, fico feliz que tenha gostado do blog. Fique à vontade para voltar quantas vezes quiser, a casa é sua.
Beijos
Bel
Amigos, Diego, Márcia e Rosana, ter seus comentários em meu blog é uma grande alegria. Voltem sempre.
Beijos
Bel
Postar um comentário