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quarta-feira, 23 de maio de 2012

A mentira que não mata, nos fortalece.


Pois é, sabemos que a mentira está em todo lugar, de boca em boca, desperdiçando talentos, obnubilando inteligências e, o pior de tudo, destroçando a tranquilidade de quem se vê como alvo fácil.
A definição de mentira, segundo o dicionário: ludíbrio, falsidade, ilusão, engano propositado, afirmação contrária à verdade – ou seja, nada de que possa se orgulhar aquele que a profere. Mas há quem diga que a mentira nem sempre é crueldade, que existe a “mentira caridosa”, que ajuda um doente, por exemplo, a seguir em frente. Ajuda mesmo?
Esta é uma pergunta pertinente, porque uma pessoa com doença terminal,  que percebe seu corpo definhando a cada dia, as dores aumentando apesar de toda a medicação, não poderia crer na fala de um médico e/ou familiares quando dizem que não é nada grave, que ficará curado. Pode até, por conveniência, aceitar, mas acreditar...  Além do que, essa mentira caridosa o impede de vivenciar fases importantes desse momento (negação, raiva, negociação, depressão e aceitação), impedindo-o de desabafar seus medos, resolver pendências, aproveitar o tempo que lhe resta com os familiares, ou seja, ter um fim mais humano, mais consciente. De outra forma, o indivíduo se sente enganado, angustiado pelo sentimento de piedade que enxerga nos olhos de amigos e familiares e a dificuldades destes em manter a “caridade”.
Além dessa, existe ainda outras classificações para o ludíbrio. A “Mentira de polidez” é como botar panos quentes, aparar arestas para manter uma imagem. “Mentira política ou patriótica” que serve entre outras coisas para apaziguar a opinião pública. Sempre que aparece um vilão é necessário criar um herói para acalmar a Massa. Alguns admitem a chamada “Mentira de honra”, utilizada para proteger o segredo profissional que, entendida como ética profissional, não há engano, mas preservação de imagem e confiança.

De toda forma, é fácil perceber que a mentira foi institucionalizada, transformada em algo normal e corriqueiro. Não é mais necessário um dia para brincar, fantasiar, iludir – como o dia da mentira, criado quando mentir não era bem visto e até punido socialmente.  O homem de hoje está mais afeito à ilusão que à verdade, todo dia é dia de iludir e/ou trapacear.
A maledicência se tornou conveniente. De certa forma o mentiroso não age sozinho, para que seu caráter destrutivo tenha valor é necessário que encontre a cumplicidade dos que ouvem e propagam de diferentes formas e até mesmo daqueles que sabendo do engodo, se omitem. Ao aceitarmos um “Você sabia?”, ou “Sabe fulano?...” já estamos nos tornando cúmplices de uma difamação.
Penso que não seja necessário falar das consequências, pois que a maioria de nós, senão todos, já fomos expostos à situação constrangedora de ter que desmentir um dito a nosso respeito. Isso, quando temos a oportunidade de nos defender ou alguém que o faça por nós caso estejamos distantes ou impossibilitados.
Temos conhecimento das consequências,  mas nem sempre analisamos (friamente) as causas. Arrastados, pelas emoções, queremos fuzilar o mentiroso e não nos damos conta do quão infelizes eles são. Levados pela inveja, pelo ciúme, ambição ou qualquer outro sentimento inferior, estão na verdade revelando uma alma pobre, um complexo de inferioridade  tão exacerbado que necessitam ferir a outrem para aliviar a própria dor.
O indivíduo que mente, tenta enganar a si mesmo, negar a existência de algo que lhe perturba. Como sua autoestima é baixa e seus conflitos internos são insuportáveis, procura transferir para outra pessoa o seu desequilíbrio. Ora, se ele não pode ter paz, vai desorganizar a vida de alguém. Isso vai lhe dar uma sensação de realização, agora é o outro e não mais ele quem sofre. Porém essa sensação é passageira, sempre é porque o problema não está na mentira, propriamente dita, mas no mentiroso. Quanto mais lama jogar no varal alheio, mais sujas suas mãos e roupas irão ficar, porque ele pode até errar o alvo, mas a fonte de lama está nele.
Quanto a vitima, algumas vezes não há como esconder a raiva, a sensação de impotência diante de uma calúnia, por exemplo, mas a verdade sempre aparece e, embora os estragos deixem marcas, a vida continua e os amigos permanecem. Enquanto isso o mentiroso estará sempre preocupado em obter novas vítimas e em sustentar suas mentiras até que alguém resolva que é hora de contê-lo legalmente.


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