Olá

Bem-vindo a este blog, fico muito feliz com a sua visita. Receber amigos é algo que nos estimula e realiza.


terça-feira, 28 de junho de 2011

Procura-se uma pessoa perfeita.

Procura-se uma pessoa, de carne e osso, que nunca tenha se queixado.
Que tenha todas as certezas. Que não sinta medo.
Que goste tanto do branco quanto do preto, do verde, do vermelho, do azul, do amarelo e de tantas quantas cores surgirem.
Que saiba dizer sim, sim; não, não, todo o tempo. Que não aponte o dedo, não julgue, não condene e nem critique.
Que respeite a individualidade do ser e em cada situação o seu parecer, a sua compreensão. Que consiga viver a própria vida sem se preocupar com o que os demais pensam ou fazem.
Procura-se uma pessoa que utilize a sua crença em benefício da própria salvação, porque salvar o próximo ensinando-o a  fazer o que julgamos correto é fácil, o difícil é curar o ego.
Procura-se uma pessoa sem máscaras, sem neuroses...
Se você não se encaixa nesse perfil, não se desespere. Bem-vindo ao mundo dos mortais (normais).
O homem é um ser de antíteses, complexo demais para ser resumido em certo e errado. Nos caminhos que a humanidade trilha para a perfeição (relativa) encontra-se o bem e o mal, na sua forma exterior e/ou interior.
Os que desejam  alcançar essa utopia cuidem primeiro de si mesmos.
Mas, se alguém conhecer esse ser vivente, de carne e osso, por favor, indique o analista mais proximo. Embora pareça um ideal a ser seguido, o ser humano assim é um sofredor. Um visionário, que usa a religião ou outro segmento como armadura.
Uma pessoa que, não tendo coragem de se expor, de viver como gostaria, trata de impedir que os outros tenham essa experiência salutar.
Sim, isso mesmo que você leu: experiência salutar.
Não é bom viver se castrando, inventando uma santidade que não possui. Todos somos anjos e demônios. Se observamos os gostos e reclamos do outro é porque estamos com tempo e disposição para isso. Estamos fora de nós mesmos mirando o alvo alheio.
Eu não sei o que é melhor para a humanidade, sei apenas o que é melhor para mim e isso já me torna uma pessoa extremamente ocupada.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Respondendo às sugestões

No quadro de participações do blog existem algumas sugestões que não foram debatidas. Procurando colocar em dia e em respeito àqueles que participaram vou tentar explanar sobre os temas.
Primeiramente foi perguntado a respeito do autor da frase "Por trás de um grande homem existe uma grande mulher". Este tema veio à tona por causa de um texto que escrevi http://espacovidaemconstrucao.blogspot.com/2010/01/por-tras-de-um-grande-homem-tem-sempre.html#more. Pesquisei sobre o assunto na época e agora mais uma vez. Essa é uma frase originalmente da língua inglesa "Behind every great man there´s a great woman", de autoria desconhecida e utilizada em diversas ocasiões. Em 1945 foi citada pelo zagueiro americano Meryll Frost quando recebeu o troféu de atleta mais corajoso e, nas décadas de 1960/1970, foi um dos slogans do movimento feminista, o que significa que sua autoria é anterior a estas datas.Em todo caso, hoje, entendemos que a dita frase ainda contém uma conotação preconceituosa, tanto para um lado quanto para o outro. Injusta, porque coloca a mulher escondida atrás do homem e, por outro lado, sugere que ele não seja capaz de realizar sozinho. Por justa razão, homens e mulheres só crescem se caminham lado a lado, com camaradagem e apoio mútuo. Qualquer coisa fora desse contexto é preferência e toda preferência é injusta.

Da mesma forma é a nossa relação com os amigos que conquistamos. Homens ou mulheres, somos responsáveis por aquilo que cativamos. Somos responsáveis por manter essa convivência sem contudo perder a individualidade.Os amigos saberão reconhecer nossas competências e aceitar nossos gostos, assim como temos a obrigação de respeitar o que nos oferecem. Aqui, aproveito para discorrer sobre o tema proposto "minha experiência com o Dihitt" , um site do qual participo já há algum tempo.
Posso dizer que foi e é uma experiência agradável já que me enseja ter contato com diversos textos, gostos e personalidades, além de divulgar o que escrevo e ter uma visão do que agrada ou não. E é ai que mora o perigo!
Somos seres essencialmente carentes. Queremos ser aceitos e naturalmente vamos nos moldando para isso. Corremos o risco de, pouco a pouco, deixar o que realmente nos agrada para seguir a onda. Meus blogs, depois do Dihitt, foram acessados diariamente e muitos dos amigos curtiram o que escrevi, o que me deixou imensamente feliz. Mas lentamente deixei de sentir prazer em escrever e notei que os blogs estavam perdendo suas características. Os temas não continham mais a profundidade que eu desejava e corria o risco de transformar os blogs em diários. Parei. Parei para entender o que estava acontecendo e cheguei à conclusão que queria agradar a todos ou pelo menos o maior número de amigos. É assim mesmo que acontece e não sou diferente da maioria. Mas hoje, para ser fiel a mim e aos que me seguem por prazer, por acreditar em meus textos, procuro me agradar primeiramente e escrever apenas o que gosto e que tenha alguma utilidade. Mas o convívio com os amigos dihittianos é muito bom e por isso voltei.
Foi sugerido, ainda, que eu falasse sobre a "importância do nosso espaço". Não entendi muito bem se é sobre o Dihitt ou outro, mas enfim vou falar de espaço/oportunidade. Sempre que participamos de blogs, sites de relacionamentos, escola, ambiente de trabalho e outros, estamos sujeitos ao aprendizado. Vamos acrescentando novas experiências, conhecendo outros universos e, na troca de informações, abrimos as portas do nosso mundo. Saímos da redoma do egocentrismo e aprendemos a viver, pelo menos em teoria, com o outro. Em contrapartida teremos a oportunidade de aprender a lidar com as próprias dificuldades, em saber lidar com as diferenças sem se deixar levar pelo desejo exagerado de aceitação.
Agradeço as sugestões de temas e peço desculpas pela demora em responder. Cada um tem o seu tempo e o meu somente agora segue pacificamente o compasso do tic-tac do relógio.
 Um grande abraço e muito obrigada por prestigiar meu blog.

terça-feira, 14 de junho de 2011

De volta pro meu aconchego...

Para falar de retorno é preciso primeiramente falar de partida - palavra de vários significados.
Utilizarei, num sentido figurado, como separação, afastamento.
Há um momento em que necessitamos nos afastar para rever posturas, idéias e objetivos. Momentos de mudanças...
Esse meu momento chegou ano passado, como um desejo de descobertas e novos conhecimentos. Mudei de país, mudei a forma de encarar velhos problemas e precisei, para isso, de um tempo. Lembrei da águia que para se reformar busca o pico da montanha mais alta. Meu cume foi outro continente. Subi a montanha e, desde então, venho processando minhas transformações para alçar novos vôos.
Não posso dizer que esteja sendo fácil - quem disse que seria? - Há que sofrer as dores do renascimento; parto dificil, fórceps... O importante é não temer a liberdade, o bater de asas. É enfrentar as dificuldades que as mudanças acarretam.
Este fragmento de um texto de Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio, nos dá a perfeita visão desse terror à liberdade:
                   "Una mañana nos regalaron un conejillo de Indias. Llegó a casa enjaulado. Al mediodía le abri la puerta de la jaula. Volvi a casa al anochecer y lo encontré tal como lo habia dejado: jaula adentro, pegado a los barrotes, temblando del susto de la libertad..."
Não é tarefa fácil sair da jaula e enfrentar outros mundos, novas idéias. É um momento de introspecção, de uma longa e dolorosa conversa com seus fantasmas e demônios interiores. Ouvir a voz do anjo é fácil, mas para seguir seus ensinamentos precisamos, primeiramente, compreender nossa tendência à negação e racionalização. Negamos, quase sempre, as nossas potencialidades em nome de uma aceitação absurdamente escravizante. Racionalizamos nossa conduta, tentando explicar o inexplicável. Substituímos nossos ideais por outros que a convivência social nos impõe.
Nesses momentos se faz necessário certa reclusão. Afastar-se das vozes externas para ouvir melhor a que vem de dentro. Àquela que nos remete a nossa própria experiência de vida.
Embora dolorosa, essa vivência tem sempre um resultado favorável.  No retorno, a convivência se torna mais producente. É o que espero agora. Que meus textos reproduzam esse crescimento, esse renascimento.
Este blog é a minha casa, sempre de portas abertas: antes, durante e depois da reforma.
Estou de volta...