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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Estudo indica vínculo genético entre psicose e criatividade

Fonte G1: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MRP1322622-5603,00.html

Fatores moleculares que são vagamente associados a transtornos mentais graves, mas estão presentes em muitas pessoas saudáveis, podem ser vantajosos quando nos permitem pensar de forma mais criativa"

A história está repleta de exemplos de grandes artistas que, além de extremamente criativos, tinham comportamentos um tanto excêntricos. O pintor Vincent van Gogh, que além de criar obras-primas da pintura cortou a própria orelha, por exemplo, era apenas louco ou brilhante? Segundo uma pesquisa publicada na revista “Psychological Science”, da Associação para a Ciência Psicológica, talvez o pintor fosse as duas coisas.

A fim de pesquisar a relação entre psicose e criatividade, o psiquiatra Szabolcs Kéri, da Universidade Semmelweis, na Hungria, centrou seus esforços na neuregulina 1, gene que atua em diversos processos cerebrais, entre os quais no desenvolvimento da comunicação entre os neurônios. Uma variante do gene é associada ao risco de desenvolver doenças mentais, como esquizofrenia e transtorno bipolar.

No estudo, os pesquisadores recrutaram voluntários que se consideravam muito criativos. Eles foram submetidos a uma bateria de testes, incluindo avaliações de inteligência e criatividade. A avaliação levou em conta a originalidade e a flexibilidade das respostas. Eles também responderam a um questionário sobre o que fizeram de criativo durante a vida e, em seguida, tiveram amostras de sangue colhidas.

Os resultados mostram uma clara relação entre a neuregulina 1 e a criatividade. Descobriu-se, por exemplo, que voluntários com a variante específica do gene eram mais suscetíveis a ter maiores pontuações na avaliação de criatividade do que os voluntários com uma forma diferente do gene.

De acordo com Kéri, este é o primeiro estudo a mostrar que uma variante genética ligada à psicose pode ter uma função benéfica. “Fatores moleculares que são vagamente associados a transtornos mentais graves, mas estão presentes em muitas pessoas saudáveis, podem ser vantajosos quando nos permitem pensar de forma mais criativa."

Os resultados sugerem, ainda, que determinadas variações genéticas, embora associadas a problemas de saúde, podem sobreviver à seleção natural e permanecer no gene de uma população caso isso traga benefícios.