Olá

Bem-vindo a este blog, fico muito feliz com a sua visita. Receber amigos é algo que nos estimula e realiza.


domingo, 29 de novembro de 2009

Pode estar acontecendo agora... Em algum lugar...

Para contar esta historinha busquei da imaginação e também dos traços da realidade que ouvi e li. Não é fantasia, pode estar acontecendo agora, enquanto escrevo, ou mais adiante enquanto você lê. Vamos a história:
Simulare é a mãe amantissima e zelosa de um menino de 3 anos, doente, frágil e suscetível a frequentes machucados. Simulare não deixa o filho sozinho, dá os remédios rigorosamente na hora certa, não confia em deixá-lo com parentes e amigos...



Depois de incontáveis visitas a médicos, de diversas especialidades, de exames complexos, dolorosos e infindáveis, administração de remédios por receita e por conta própria e inumeras cirurgias, essa mãe incansável continua a sua peregrinação até que um médico descobre o problema do amado filho:
- A mãe!
Mas o que... como pode?
Temos em mente que a mãe é aquela que cuida, ama, protege. Como acreditar que essa criança está sofrendo abuso dessa mãe atenta, preocupada, que está sempre procurando tratamento médico para o seu pequeno?
Simulare percebe a desconfiança e muda de convênio, se afasta da vizinhança, sucessivamente até que é descoberta.
Simulare é portadora de uma doença psiquiátrica chamada Síndrome de Munchausen, descrita pela primeira vez em 1951, pelo médico inglês Richard Asher.
Percebam que usei como nome da mãe a palavra simulare (latim) que significa simular. O portador dessa síndrome simula e/ou provoca de forma consciente, compulsiva, proposital e contínua sintomas de doenças.
Nesta nossa historinha, a síndrome recebe a denominação de Síndrome de Munchausen Por Procuração (by proxi). Usamos a figura da mãe por ser o caso de maior incidência (85 a 95% dos casos), mas pode ocorrer por meio de um outro parente ou cuidador, que "fabrica" sintomas na criança ou no idoso, fazendo com que seja considerada(o) doente.
Em um hospital da Inglaterra, na década de 90, o médico inglês Dr. David Southall, usou câmeras de vigilância escondidas em quartos, para flagrar as pessoas que ele suspeitava sofrerem da Síndrome Por Procuração. Foram capturadas imagens de mães sufocando e envenenando seus filhos. Dos 39 suspeitos gravados, 34 foram flagrados machucando suas crianças e os outros cinco admitiram terem matado os filhos.
É importante que se diga que por causa dessa experiência muitos pais foram presos e alguns alegaram inocência.  Em 2004 o médico foi acusado de ter feito uma falsa acusação e foi temporariamente afastado do seu trabalho com crianças vítimas de abuso.
Ainda não se sabe ao certo o que leva uma mãe ou cuidador a agir assim, mas existem alguns ganhos como receber atenção ou se ver livre de ambientes conturbados, por exemplo.
É certo que nem sempre a doença é inventada, pode por vezes ser aumentada. Um exemplo disso é quando se constata sangue na urina de uma criança ou idoso internado, exames mais constantes sem o conhecimento da mãe ou cuidador pode levar o profissional a descobrir a existência de corantes na urina.
Além da Síndrome Por Procuração, existem casos em que o indivíduo assume o papel do doente (by self), se valendo da ingestão de medicamentos, substâncias intoxicantes e até automutilações.
Para se ter uma idéia da gravidade do tema, transcrevo um trecho de uma reportagem apresentada no site do UOL - Ciência e Saúde: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/2009/04/30/ult4477u1583.jhtm
"Jennifer Bush, aos oito anos, era uma menina famosa. Por causa de sua imagem saudável, que representava o bem estar e a esperança, foi escolhida entre centenas de candidatas para ilustrar os cartazes da campanha de reforma do sistema de saúde americano, dirigida pela então primeira-dama, Hillary Clinton. Ao lado da criança, a presença de sua mãe era marcante, dada sua simpatia e gentileza.
Após uma denúncia, verificou-se que a jovem senhora, aparentemente tão disponível, submetera Jennifer a uma série de regimes alimentares e tratamentos que resultaram em 200 hospitalizações e 40 cirurgias, posteriormente concluíram que as intervenções eram desnecessárias, e só foram realizadas por causa da insistência da mãe da menina junto aos médicos".
A Síndrome de Munchausen não é fácil de ser tratada porque o paciente não admite o problema, ao contrário, foge, se esconde, muda o endereço para não se entregar às evidências e continuar o processo.
O médico para comprovar suas suspeitas leva um longo tempo pesquisando e analisando o histórico do doente, suas atitudes e falas, realizando exames clínicos e laboratoriais para confirmar a ausência de problemas físicos.
Para conhecer mais sobre a doença pesquisem no site Munchausen Brasil, onde poderão ler sobre:
- A Síndrome
- O mecanismo da doença
- Classificação
- Incidência e mortalidade
- Quando suspeitar
- Características da mãe e da família
- Por que demora-se tanto para descobrir
- O que ajuda para que a hipóteses Munchausen seja investigada precoce e agressivamente
- Estratégias para confirmar a hipótese a partir da suspeita
- Conduta após a comprovaçao.




4 comentários:

Unknown disse...

Uma doença muito estranha. Quase incompreensível.

Parabéns pelo artigo, Isabel. é muito curioso e também preocupante.

Beijos
Luísa

ismaelita disse...

pocha nunca tinha ouvido falar desta doença ,irei pesquisar mais sobre o assunto ,amei seu blog volto quando puder ,bjoo

Júlio [Ebrael] disse...

Bel,
Realmente é mais comum do que se pensa. Nós mesmos, qtos de nós já não simulamos um estado de doença por algum motivo, na maioria das vzs fútil???

Bjs!

Anônimo disse...

rough psychology expects parsippany receptors structured workgroup lilifont viathe from manuscript
semelokertes marchimundui